quinta-feira, 19 de novembro de 2009

TECNICAS DE APARELHAMENTO E SELECÇÃO NOS CANÁRIOS DE COR

Por: J .M. López de Elorriaga / Juez O.M.J. -C.O.M. -F.O.C.D.E.

CONSIDERAÇÕES

Com extraordinária frequência, criadores de canários de cor perguntam, e inclusive nos solicitam, sobre a forma de acasalar correctamente os reprodutores. Com a excepção dos principiantes, aos quais é possível dar umas directrizes mínimas (já na maioria conhecidas), mais difícil é fazer isto com criadores com alguns anos de experiencia. Uma coisa importante é que são eles, proprietários dos seus canários, quem melhor os conhecem ou devieram conhecer, as variedades que criam e o comportamento genético (resultados) das suas gamas o grupos de gamas. Quando não é assim, normalmente se trata de criadores que se cansam com frequência dos seus pássaros, retiram-nos todos, trocam de raças, investem grandes quantidades de dinheiro, etc., sem chegar a conseguir algo que mereça a pena.

A meu ver, três são os factores fundamentais na criação de canários de Cor, devemos ter presente para poder-mos realizar um acasalamento adequado e obter bons resultados:
1. Conhecimento dos reprodutores.
2. Uma linha estável
3. Previsão (conhecimento) dos resultados

CONHECIMENTO DOS REPRODUTORES
É importante conhecer os canários com que trabalhamos, saber quais são os defeitos e as virtudes, e dentro do possível saber, de que coisa ou coisas são geneticamente portadores. Deverão observar-se muitos factores, não somente aqueles que afectam a cor, mas também as penas, a morfologia, o carácter, etc.

Linha Estável
Com esta denominação, queremos expressar um grupo ou lote de canários de cria, com características comuns. Não é possível uma criação coerente com resultados óptimos, quando se está permanentemente substituindo os reprodutores, incorporando novos, mudar de raças, etc. Creio sinceramente que é preciso, na medida do possível, criar sempre com exemplares do nosso próprio aviário, tendo em conta a consanguinidade e uma disciplina no controle de anilhas. Deverá ser incorporado periodicamente alguns canários que necessitemos e sempre com a convicção de que será capaz de ser algo de positivo. Uma linha estável é a única possibilidade de ter sistematicamente bons resultados. Para ter uma linha estável, é preciso uma quantidade razoável de canários da mesma raça e uns anos de trabalho com ela.

PREVISÃO DOS RESULTADOS
Difícil pode ser realizar uns acasalamentos adequados, se não se conhece qual será os resultados que pretendemos. Não se pode acasalar "para ver o que sai" pretendendo que o produto seja bom. De forma aleatória se consegue em um determinado momento um bom produto, isto será casualidade e para obter por casualidade bons exemplares, é obvio que se necessita de muitos reprodutores. Na maioria dos casos, este é o sistema que se utiliza ou se pretende utilizar. Considero isto, um grande erro. Em outras ocasiões, acredita-se que com bons exemplares (exemplares de concurso) se obtêm bons resultados. Se assim resultasse, considero sinceramente que foi casualidade. Todos conhecemos criadores que permanentemente estão em exposições, para adquirir canários de maior pontuação nos concursos, pagando inclusive grandes quantias, e também sabemos que os resultados não são os desejáveis.

SELECÇÃO DOS REPRODUTORES
Ouve-se com frequência "é necessário ter muita quantidade de casais de uma raça para obter bons resultados". Esta afirmação, muito gratuita, não tem porque ser verdadeira, trata-se simplesmente de multiplicar o maior número de probabilidades de êxito. Se pensamos que alguns casais, uns poucos, serão os que darão resultados aceitáveis, é obvio que somente com estes, teria sido suficiente; o resto não fazia falta.
Para chegar a um nível de precisão, que nos permita criar só com aqueles casais cujos resultados sejam bons, será preciso um conhecimento na eleição de reprodutores que por desgraça escasseiam.

COMO SELECCIONAR OS REPRODUCTORES?
Definitivamente, NÃO EXISTEM NORMAS DE APLICACÃO GERAL NAS SELECÇÕES DOS REPRODUCTORES. Somente quando se dispõe de um conhecimento da raça, da previsão de resultados e uma linha estável, o criador pode chegar a dominar esta selecção.
Um exemplo:
É muito corrente, quando alguns criadores solicitam um reprodutor que o façam com a condição "que seja de pena muito curta". Resulta que estes (a maioria) possuem um problema que desejam corrigir (a pena larga) e esperam que a solução venha de outros criadores. Existe crença generalizada que ao planear os casais de reprodutores devem ser sempre com um critério de compensação, assim o resultado final se aproxima ao esperado. Sem querer trazer discussão e não contrariar alguém, quero afirmar que este planeamento não é correcto.
Voltando ao exemplo anterior, queria desde já, perguntar a todos, “não preferiam vocês um reprodutor que melhora-se a plumagem à margem da que possui, larga, curta ou média?”
Se a resposta a esta pergunta a podemos adivinhar, também podermos adivinhar a seguinte pergunta do interlocutor, “e como sei eu que um determinado reprodutor melhora a plumagem?”. Se você não conhece seus reprodutores, qual ou quais tem esta ou outra propriedades, você não os observa o suficiente, os desconhece ou não possui uma linha estável e por tanto, não podem obter em termos gerais bons resultados.

Acasalamento.
”Uma vez compreendido o que foi dito anteriormente e conhecendo suficientemente a raça , está muito claro que realizar o acasalamento não é trabalho difícil, pelo contrario.
É verdade, que nem sempre se dispõe de tudo o que é necessário num aviário, este será então o momento de fazer novas aquisições de canários.
Neste nível queria reforçar duas regras de ouro:
1. Não se trata de acasalar todo o que temos. Só aqueles que realmente acreditamos que dará bom resultado.
2. Não devemos nunca deixar o resultado ao acaso. Um criador deve saber de qual ou quais casais poderá obter melhor produto.
Aplicando estas duas normas, estou totalmente seguro que depois de realizado o acasalamento, resultarão bons exemplares e sem dúvida saberemos o que fazer com eles. Se nunca lhe acontece isto, você não realiza bem os acasalamentos, pois é praticamente impossível que resulte.

ELEMENTOS, CONSIDERAÇÕES DE SELECÇÃO E ACASALAMENTO
Muitos são os elementos e factores a ter em conta, por tanto serão objecto de estudo, consideração, observação, etc., de frente ao tema que nos ocupa. Alguns afectam a morfologia, (anatomia, tamanhos, formas, posturas, etc.), outros são mais próprios da cor, correspondente a cada raça e dentro destas, a sua variedade, Tipos e Categorias, (nível de oxidação ou diluição, presenças e/ou ausências de diferentes melaninas, distribuição de lipocromos, localização, etc.). A seguir serão relembrados alguns aspectos de interesse de todos:
Forma:
Ângulo e Tamanho da cabeça (grande ou pequena).
Longitude do pescoço (muito largo).
Peito (pouco ou demasiado avultado).
Ombros (muito salientes).
Músculos (demasiado salientes).
Forma do bico (formas curvas).
Cruzamento das asas (mal formadas).
Cauda desalinhada

Tamanho:
Exemplares grandes (tendem a ultrapassar o permitido).
Exemplares pequenos (penalizantes).

Postura:
Pássaros de postura muito vertical ou horizontal.
Melaninas:
Desenho Melánico: Falta de oxidação (nos que corresponde) ou falta de diluição (nos que corresponda).
Falta de desenho em flancos.
Desenho muito largos.
Fugas ou zonas de melanização (manchas lipocrómicas).

Lipocrómo:
Desenho lipocrómico.
Pureza de lipocrómo.

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